cara-de-sonsa
"You can use my skin to bury secrets in..."
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quarta-feira, julho 31, 2002


There is a pattern... Percebi tudo agora. Habituo-me ás pessoas e depois quando tenho de voltar á solidão fico de rastos. Tenho medo da solidão. Sempre que alguém cuja companhia me habituei deixa de ter tempo ou vai embora fico de rastos. Tenho medo de estar sozinha á noite. Dói...
Sou uma falhada nas relações com as pessoas.
Sempre que isto volta a bater fico assim, com medo. Não queria falhar, não queria que as coisas tivessem de correr sempre mal. Gostava que pudesse ser tudo diferente e de preferencia sem arrependimentos e sentimento de culpa, mas parece que não consigo evitar isto. Poor me!




posted by Sofia Ctx | 6:47 da tarde






Voltei a pegar no cavaquinho, só porque me apetecia estar com ele, tê-lo nas mãos. Tá todo desafinado, com pó, já nem me lembro bem dos acordes das músicas. Uma tristeza. Apetece-me voltar a tocar até á exaustão, ficar com dores nos pulsos, com os dedos encarnados e com a pele a cair, mas perdi o ritmo e tenho de ler tudo nas pautas. Estou tão lenta.
Já tinha saudades do cheiro do meu cavaquinho e de roer a minha palheta JD as in Jim Dunlop. Ainda me lembro de quando a Johny me deu a minha primeira palheta e me disse que a guardasse com cuidado. Foi a minha primeira aula teórica sobre música e cavaquinhos. Tenho saudades desses dias de Inverno em que eu ficava até mais tarde na faculdade só para aprender acordes e ritmos. Ficava na faculdade até as 20h na nossa “despensa”... Eu e a Johny fechadas na sala com os cavaquinhos e as histórias antigas que ela me contava e cá fora a Mariana e o Fred com as violas e o Fred a brilhar. O homem é mesmo genial com a viola nas mãos. “Those were the days...”
Ainda me lembro de quando rebentei com uma corda pela primeira vez. Foi um Sol e depois tive de ser eu a pôr a corda sozinha. Fiquei com a corda espetada no dedo. Agora que me lembro dá-me vontade de rir, mas na altura doeu. Depois no dia seguinte no intervalo da aula de literários da Vitalina encontrei a Pessoal e contei-lhe logo a minha grande peripécia. Obviamente, orgulhosa de ter conseguido resolver sozinha os percalços do meu instrumento.

- Não imaginas o que me aconteceu ontem. Destrui o cavaquinho.
- Então? O que foi que aconteceu?
- Rebentei com uma corda.
- Só isso? És mesmo exagerada, Milénio. Não te preocupes. Eu também tou farta de rebentar Mi’s do bandolim. Não tem mal nenhum.

Depois no ensaio dessa tarde ainda tivemos direito a umas gargalhadas ás minhas custas.
Tenho mesmo saudades dos ensaios. Daqueles ensaios em que nem conseguimos fazer um aquecimento de voz decente porque estamos a rir ou quando não resistimos a gozar com alguma figura que apareça pelo Bar Novo ou quando alguém se lembra de inventar novas coreografias para fazer com a pandeireta ou quando aparecemos muitas e ficamos apertadinhas na despensa e não se pode tocar instrumentos porque não há espaço ou quando sou ameaçada de morte porque peço para cantarmos “No Olhar” ou quando desafinamos tanto que cada naipe tem de puxar a brasa á sua sardinha...
Há uns meses atrás quase que sai, desisti, desapareci, mas eu era incapaz de sair. “Primeiro estranha-se, depois entranha-se” Não consigo viver sem aquilo.
Adoro quando temos de andar todas trajadas e todas se queixam dos sapatos e das collants que se estão sempre a romper. Adoro quando jantamos todas juntas, os improvisos quando subimos a palco, as histórias, os ensaios, as piadas, as alcunhas que nos tornam seres anónimos no mundo civil, os pensos nos pés, os bolsos do traje cheios porque temos de estar sempre bem trajadas, os bens que adquirimos em cada novo restaurante e que vão mobilando a nossa sala, quando acabamos de jantar e ficamos á volta da mesa a cantar, as viagens, as mudanças de roupa em casas de banho pouco limpas, a união, a amizade, a simplicidade, a lealdade, a confiança. Adoro aquilo que nos une, o nosso amor comum, a única, a T-Única!
Tenho saudades daquilo. O que eu gosto mesmo na minha Flul é aquilo.
What can I say? Once tunante, always tunante...


cara-de-sonsa listens to Clã: Novas Babilónias


posted by Sofia Ctx | 2:43 da tarde






O estomâgo continua-me a doer. Se calhar sempre devia ter ido ao médico quando ele me começou a doer há um ano atrás. Tive medo, não fui. Agora dói-me.
Estou outra vez deprimida. Não aguento mais estas férias de merda. O caralho da solidão mata-me. Só me apetece gritar e dar cabeçadas nas paredes, mas não quero chorar.
Estava capaz de matar por umaconversa decente, estar com pessoas, ouvir falar até eu adormecer. Teve sempre a merda de um c.d. qualquer com uma merda depressiva a tocar, não me consigo concentrar nos livros, nem nos filmes, não percebo bem o que me dizem, apetece-me partir a tromba de toda a gente que me manda recados através da minha mãe e do David, desliguei o telemóvel, ofendo as pessoas só porque estou completamente descontrolada, ando com cara de nojo, comi chocolate que nem uma besta e agora tenho a cara cheia de manchas, ando uma arrogante de merda que depois foge para casa para chorar os seus pecadinhos...
Tou tão farta de estar assim. Tou com saudades das pessoas. Só queria um bocadinho de atenção. Que alguém fingisse que realmente está a ouvir o que estou a dizer.
Merda de vida!


cara-de-sonsa listens to Jorge Palma: Estrela do Mar


posted by Sofia Ctx | 1:19 da manhã



segunda-feira, julho 29, 2002


As vezes não te apetece fazer as malas e ir embora daqui? Fingir que nada aconteceu, ficar parado num sítio qualquer a ver o pôr do sol como se só existisse este momento, o agora, só tu e o sol... Vou fazer isso agora. Vou-me deitar sem pensar se amanhã vou acordar, vou esquecer que não estou sozinha aqui, não ter memórias. Vou ver tudo pela primeira e última vez. Vou respirar fundo e fechar os olhos e voltar a ter paz nem que seja só por um bocadinho. Vou ser só eu e o sol, aqui e agora.
Não quero ter de pensar em mais nada, nem lembrar de nada. Não interessa! Não é importante!
É só por um bocadinho. Fingir que as coisas são como eu quero quando eu quero. Sei lá! Apetece-me abancar na varanda a sentir o vento na cara, fechar os olhos depois de o sol se pôr quando o céu já está cor-de-rosa e ficar aí, esquecer que o tempo existe e que tenho pessoas em casa á minha espera para jantar, fingir que ninguém me conhece ou sabe o meu nome.
Apetece-me estar sozinha. Só comigo...



Cara-de-sonsa listens to Maria João e Mário Laginha: Beatriz




posted by Sofia Ctx | 3:12 da tarde





“Entrou no quarto, fechou a porta atrás de si e encostou-se de modo a poder ver bem o quarto, apagou as estrelas no interruptor.
Respirou o cheiro doce que intoxicava o quarto. Tirou o isqueiro do bolso e acendeu a vela azul, foleira em forma de pirâmide que tresandava e que estava em cima de uma prateleira bem junto á parede e á esquerda da janela. Voltou a encostar-se á porta.
Ali estava ela. Deitada na sua cama. Ainda a respirar... O cabelo espalhado na almofada, aquele cabelo que ele tanto gosta de cheirar, aquele cabelo quase negro onde ele gosta de se perder.
Ainda se notam as suas marcas naquele corpo, as marcas dos sítios por onde ele passou. Há um brilho de suor no corpo. Tem umas costas bonitas. Dá-lhe prazer vê-las assim, destapadas. Desce o olhar até ao pé que está destapado. Ela adormece sempre assim, com um pé destapado. Volta a subir o olhar por aquele corpo tão familiar e observa a respiração regular. Sente-se invadido de uma paz interior...
O braço direito está caído para fora da cama e quase que toca o chão. Algo pinga, gota a gota do dedo indicador formando uma pequena poça no chão feito de tacos de madeira.
Talvez devesse aproximar-se para ver o que é, mas não quer invadir o quadro e destruir este momento que lhe parece devoto. Quer continuar a observar tudo para poder guardar a beleza deste momento na sua mente.”



Cara-de-sonsa listens to Jeff Buckley & Brenda Kahn: Faith Salons


posted by Sofia Ctx | 3:11 da tarde



domingo, julho 28, 2002

Dear Sofia, here is your Horoscope for July 28, 2002

Try not to let today's blues get you down, Sofia. While it's true some
days can seem to drag on, the busier you keep yourself the faster time
will pass. Get down to finishing up any work that's still before you and
make plans for tonight. If there's a light at the end of the tunnel, not
only will things seem to speed up but you'll feel better knowing it's
coming.

Best wishes for today...


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Já não existem nem provas nem pistas que nos liguem, apaguei tudo. Ainda restam umas flores secas e murchas que permanecem numa jarra no meu quarto, mas essas nunca poderão falar. As lembranças estão escondidas em algum lugar recôndito do meu cérebro e faço questão de nunca lá ir procurar por elas. Acho que acabou tudo. Ficamos por aqui. Não vão haver mais jogos, nem brincadeiras. Eu vou fazer como se nunca tivesses existido, assim como tu fazes comigo. Tu esqueces e eu não me lembro mais. Perfeito!
Reciclei as palavras que usamos. Apaguei as marcas que deixámos na areia. Engoli o que talvez ainda pudesse ser dito e esqueci as eventuais promessas. As imagens? Tirei-lhes a cor e agora já não as consigo ver. E os cheiros, esses vão esvanecer-se com o tempo.
Bom, parece-me que ficamos por aqui. É aqui que cada um segue o seu caminho. Deixemos as despedidas para outro dia, outro encontro, outro tempo, outra vida...
The end!




Cara-de-sonsa listens to Jay Jay Johansson: Far away


posted by Sofia Ctx | 10:18 da manhã



sábado, julho 27, 2002


Quero o meu homem X. Tenho saudades dele.
Queria voltar a ouvir a tua voz rouca, com a tua pronuncia bonita e a sentir o cheiro das tuas mãos. Dá-me a mão só até eu adormecer...
Sabes, eles não são nada ao pé de ti. Não têm a tua doçura, nem a tua calma. Não me sabem ouvir, nem embalar nas palavras como tu fazias.
Volta só um bocadinho, só para eu poder chorar as minhas mágoas nos teus braços, só para que não tenha de estar a doer sempre. Não aguento mais ter de chorar nesta solidão. Fica aqui comigo! Deixa que pare de doer, por favor! Só por um bocadinho...
Tenho saudades da tua paz, aquela paz que tu me conseguias transmitir, a tua segurança que me dava segurança, a tua paciência... Tenho saudades de passar a manhã na cama a falar contigo de olhos fechados e depois adormecer na tua companhia. Tenho saudades de falar contigo sempre que acordo a meio da noite. Tenho saudades de almoçar enquanto tu falas. Tenho saudades de ficar sentada a teu lado, em silêncio a gozar a paisagem. Tenho saudades de falar contigo ao telefone quando venho no comboio e de me distrair e dizer coisas inconvenientes á frente das pessoas e a seguir ter de fugir enquanto tu me acompanhas com as tuas gargalhadas. Tenho saudades de quando me tentavas agradar com a tua música. Tenho saudades das massagens e do chá. Tenho saudades de quando eras o meu serviço de despertar. Tenho saudades de ter de vestir as collants só com uma mão porque tu me estás a distrair. Tenho saudades de quando me proibias de comer chocolate porque tinhas medo que me fizesse mal e me perguntavas todos os dias se tinha comido chocolate. Tenho saudades de quando fazíamos planos. Tenho saudades de quando ficavas aqui comigo só porque tinhas medo que alguém me magoasse. Tenho saudades de quando pedias para dormir no meu colo e de quando ralhavas comigo porque te tinha deixado estar afastado de mim por algumas horas e que por isso tinhas morrido de saudades. Tenho saudades de quando tinhas saudades minhas. Tenho saudades de quando querias que eu aprendesse a cozinhar para ti. Tenho saudades de quando tínhamos a Áustria como destino. Tenho saudades de quando eras incapaz de me trocar até por dez milhões de camelos. Tenho saudades de quando sonhávamos um com o outro e acordávamos assustados com medo que algo pudesse ter mudado. Tenho saudades daquilo que éramos quando estávamos um com o outro.
Podias voltar e curar esta ferida. Alguém vai ter de a curar. Eu não consigo, os comprimidos não fazem efeito e mais ninguém vai querer correr o risco de curar a ferida que tu abriste. Preciso de ajuda e acho que tenho de o admitir.
De que me servem as memórias na tua ausência? As vezes gostava que elas me tivessem abandonado tal como tu fizeste ou que pelo menos fossem embora com o vento. Gostava que tanta coisa pudesse ser diferente. Gostava que este oito meses tivessem mudado muita coisa. A culpa é minha porque não ocupo o meu tempo e assim continuo a poder pensar em ti, lembrar-me de ti. As vezes, simplesmente, voltas a estar aqui. Eu sempre gostei muito de doces...
Já não choro quando me lembro de ti, nem fico assustada ou desesperada, mas sempre que a solidão volta a bater adormeço nos teus braços...


Cara-de-sonsa listens to Jorge Palma: Essa miúda
“Essa miúda é uma fogueira que acende as noites em qualquer lugar e tu desejas arder com ela enquanto bebes o perfume que ela deita nos seus trapos de cor para te embriagar. Essa miúda é um exagero, diz que sem ti não sabe voar e tu adoras voar com ela enquanto inventas passos novos ela vai arquitectando uma teia para te aconchegar. Essa miúda faz-te acreditar que o sol é um presente que a aurora traz principalmente para ti.”


posted by Sofia Ctx | 4:55 da tarde







Compatibilidades

Caranguejo / Carneiro - Caranguejo ajuda Carneiro a descansar e a ter uma estabilidade que lhe permite progredir.

Caranguejo / Touro - são ambos muito emotivos e sensíveis e terão dificuldade em enfrentar da melhor forma os problemas do quotidiano.

Caranguejo / Gémeos - Caranguejo pode trazer muita protecção a Gémeos mas não deve interferir na sua liberdade.

Caranguejo / Caranguejo - união muito positiva ; terão maior realização se houver. Filhos.

Caranguejo / Leão - Entre eles pode haver uma paixão intensa mas que pode não resistir ao passar do tempo.

Caranguejo / Virgem - esta união pode começar por uma simples amizade ; mais tarde vão perceber que não podem passar um sem o outro.

Caranguejo / Balança - boa união se Caranguejo não se refugiar em casa e souber acompanhar Balança.

Caranguejo / Escorpião - forte atracção ; quando o destino os confronta , caem nos braços um do outro.

Caranguejo / Sagitário - pode ser difícil pois Sagitário não suporta o estilo acomodado e rotineiro de caranguejo.

Caranguejo / Capricórnio - União positiva ; ambos buscam segurança , estabilidade e fogem aos riscos e aventuras.

Caranguejo / Aquário - união difícil mas que pode subsistir se Aquário conseguir alargar os horizontes de Caranguejo.

Caranguejo / Peixes - união em que a falta de senso prático pode imperar ; só eles compreenderão a sua forma de vida.


Strange that people actually write about this ...










posted by Sofia Ctx | 1:59 da tarde





Nome: SOFIA MIRIAM PEREIRA CARTAXO
Resultado: 6
Personalidade 6

A personalidade 6 define pessoas de bom carácter, alegres, sensíveis e bondosas.
Muitas vezes o excesso de sensibilidade leva a que actuem com base em emoções o que traz penalizações e por vezes aproveitamentos.
São pessoas de bom gosto, com encanto e elegância naturais que muitas vezes é fonte de inveja para quem não tem estes dons naturais. A natureza artística nasce com eles.
Gostam de ser prestáveis e de ajudar quem precisa de forma totalmente desinteressada. Uma das suas dificuldades é lidar com o dinheiro pois têm pouca vocação para contas.
No amor, são ardentes e sinceros e sofrem grandes desgostos se se sentem enganados. Os choques emocionais podem originar estados depressivos.




posted by Sofia Ctx | 1:37 da tarde






"Are you in love, Sofia? You might find that thoughts of your beloved
haunt you today, even while you're apart. Desire and passion could be
practically obsessive - but they'll interfere with your other projects
if you aren't careful. Try to stay focused on the tasks at hand, and
make a date to get together with your partner later. You'll want to keep
all departments of your life in their proper perspective, after all!"


cara-de-sonsa listens to Zero7: Distractions



posted by Sofia Ctx | 12:47 da tarde



sexta-feira, julho 26, 2002

Um início que não teve nada de comum. Uma troca de palavras pouco simpática, desconfiança, curiosidade e uma tentativa de arranjar bases para podermos manter o ?nosso jogo?, mas o tempo foi passando and it grew to be more than a game.
?Fuck you?, dizia-me ele numa mensagem. ?Fuck you?, disse-lhe eu respondendo com a mesma mensagem e a partir daí foi o que se viu.
Meses passados lado a lado. O primeiro da manhã e o último da noite. Sempre aqui, sempre ali...
Ansiedade vs medo.
A cobardia sempre foi um dos meus pontos fortes e depois sempre é demasiado tempo para se esperar seja pelo que for. Era óbvio que iria acabar afinal, ?tudo o que é bom dura o tempo necessário para se tornar inesquecível? e isso posso garantir que se tornou, inesquecível.
Foi bom, acabou mal. Algumas cicatrizes, muitas memórias, muito sal, poucas saudades. Acabei por me habituar á minha nova situação, á distância, ao silêncio... O tempo passou e agora já nem me lembro muito disso. Foi bom quando tudo acabou e se resolveu cá dentro. Ficaram para trás os actos nascidos de impulsos e as palavras amargas que tantas feridas abriram. Gostei quando finalmente acabou e voltei a ter paz.
Sinceramente, não me interessa muito se agora estás arrependido e voltaste só para tentar resolver seja lá o que for.
Foi bom, mas agora que acabou também é bom. Pelo menos assim não dói e eu tenho de confessar que prefiro quando não me dói. Faz como eu, segue em frente e vai á tua vida. Leva-me contigo se quiseres, mas só como mais uma das tuas memórias.
Foi bom, não foi? Eu também tenho de admitir que gostei, mas gosto mais agora que não passa de uma memória do passado.
Vamos fazer-nos á estrada porque é tudo o que podemos fazer agora.
Zweck!


Cara-de-sonsa listens to Fiona Apple: Angel

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19 de Julho 2002, já a noite ía longa, madrugada mesmo, um calor de fazer qualquer um perder a capacidade de pensar, corpos suados, mais palavras para acrescentar a uma situação ?sem? solução, dois ?ex-conhecidos? (será que se pode ser ex-conhecido?), um ano depois, arrependimento, impossibilidade de reverter os actos, once more trying to reach the end of something that seems to have ended such long time ago...

(...)
- Olha a tipa da província... é por isso que gosto tanto dela.
- Humm, deixa ver. Que figura de estilo é essa? Ironia?
- Não, estou a ser sincero.
- Vá lá, poupa-me...
- É a minha palavra contra a tua suposição.
- Pois, mas a minha suposição é minha.
- Tal como a minha palavra é minha.
- Pois...
- Gostava que qualquer dia conseguíssemos voltar a falar decentemente. Falar normalmente. Isto aqui nunca dá em nada.
- Talvez porque é tudo muito forçado. Porque não conseguimos falar.
- É isso que eu queria mudar, que eu quero mudar. Já passou um ano. Será que não podemos voltar a falar como duas pessoas que se conhecem e esquecer os acontecimentos?
- Pois, não sei que te diga.
- Eu sei.
- Sabes que eu não sei o que te dizer?
- Sei.
- Então deve ser porque eu o disse.
- Não.
- Não interessa. Desisto! Já não devo estar a dizer nada com sentido.
- Estás sim.
- Ainda bem que alguém percebe o que eu digo.
- Imagino... Por favor diz-me, o que é que te lembras melhor?
- Melhor? Lembro-me de me dizeres para não voltar a falar contigo porque não tinhas tempo para mim.
- Eu disse isso? Deves estar enganada. Eu não sou assim arrogante e se por acaso o disse estou arrependido. Não queria ter dito isso.
- Mas disseste, disseste isso. Eu lembro-me, tenho a certeza que foi o que disseste.
- Desculpa!
- ...
- Posso retirar o que disse?
- Não, já está dito.
- Pois...
Então, volta a falar comigo, tenho tempo para ti!
(...)

As vezes as situações tomam rumos tão estranhos. Não corre tinta, mas ?corre? saliva. Será que algum dia vamos aprender a pensar antes de agir, a não nos arrependermos quando já é tarde demais, quando as coisas já estão feitas?
Imbecilidade humana...
É pena quando se destroiem as memórias bonitas por descontrolo. É pena quando os nossos actos se transformam em arrependimento. É pena nunca podermos voltar atrás para tentar remediar as situações. É pena tanta coisa ser como é, na vida. Mas também o facto de as coisas serem como são é que nos devia fazer aprender a agir de maneira diferente.
É tão estranho quando tentamos resolver problemas que parece que já se passaram há tanto tempo que nem percebemos porque ainda estamos a tentar resolve-los.
Parece que há histórias que simplesmente tem de acabar sem nunca terem um fim concreto, sem nunca serem resolvidas... Cada história é uma história diferente. Para quê mudar? Vamos deixar as memórias como elas estão, não vamos mexer mais no que já passou. Deixemos o passado descansar. This is how things work in real life. This is not just a movie and there is not such a thing as happy endings in real life so, we better get used to it...



Cara-de-sonsa listens to Marisa Monte: Bem que se quis
?Bem que se quis depois de tudo ainda ser feliz, mas já não há caminho para voltar...?

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Há uma chama que queima que vai queimando o mundo
e arde em volutas leves no peito dos amantes
ou esmorece como uma lua ténue nos olhos apagados
dos que não sabem despedir-se de um mundo em que brilharam

O mundo o que é o mundo um rumor redondo
para uns e para outros uns obscuro rumor
Mas a chama verde que docemente treme
nos corações amantes é o mundo que nasce e vibra
em arcos tensos em túmidas corolas
Não podem morrer essas ondas de argila
de fogo tão fremente de tão redonda altura
O mundo canta nessas guitarras que se incendeiam
e se levantam e se estendem como violentas torres e desmaiadas praias
Eles habitam a redonda profundidade
e afastam com um sopro um rio de dentes
Tal é o mundo em que as espadas de sombra
ardem e respiram entre a lua e o sangue

Mas o mundo para outros é um planeta de aranhas
um abismo onde apodrecem os peixes
e as tentaculares entranhas se agitam como cobras
Esses já beijaram a lua quando não era negra
e vogaram em preguiçosos barcos sobre o ouro das ondas
Vibram ainda acaso entre espumas livres
ou querem adormecer para não ouvir os violentos martelos
que dilaceram um rosto que ondulava com a luz das suas veias?

O mundo ah o mundo tão inteiro e tão redondo
e tão estilhaçado em pérolas de cal
tão escuro como um pássaro de lama
tão fugidio como uma sombra errante
Ah o mundo irrevogável irrevogavelmente perdido
para os que subiram as suas escadas solares
e agora se agitam sobre um violento leito negro!


António Ramos Rosa in Delta seguido de Pela Primeira Vez (1996)



Cara-de-sonsa listens to Clã: Lado Esquerdo
?Meu lado esquerdo é mais forte do que o outro. É o lado da intuição, é o lado onde mora o coração. Meu lado esquerdo Oriente do meu instinto. É o lado que me guia no escuro, é o lado com que eu choro e com que eu sinto.?


posted by Sofia Ctx | 11:16 da tarde





Uma caixinha de vidro, perfeita, feita com as medidas certas. Brilha ao sol, mas foi feita para estar guardada no frio. Arranjei-a para uma coisa especial. Vou guardar lá o meu coração.
Vou abrir um golpe no peito, vou começar pelo lado esquerdo. Vou abrir os golpes que forem precisos até achar o coração. Vou fazer isto tudo bem devagarinho. Quero sentir cada golpe. Não quero perder nada, desperdiçar nada...
Depois vou cortar tudo á volta do coração para o poder tirar. Vou substitui-lo por uma pilha e nunca mais vou voltar a sentir. Vou segurar o meu coração nas mãos e esperar que ele para de bater. Depois guardo-o na minha caixinha de vidro e vou pô-lo no frigorifico. Sempre que me apetecer vou lá visitá-lo. Talvez até chore algumas lágrimas por ele e não porque sinto pena ou saudade, mas porque sei que se ainda o tivesse comigo talvez o pudesse sentir, mas acima de tudo vou estar feliz. Feliz porque já não posso sentir. Feliz porque já não te tenho dentro de mim a sofrer.
Feliz porque te ganhei, porque fui mais esperta que tu.



Cara-de-sonsa listens to Adriana Calcanhotto: Devolva-me


posted by Sofia Ctx | 11:09 da tarde





O que mais gostava em ti foi a doçura com que me marcaste, mas também talvez fosse fácil ser doce comigo quando nos conhecemos. Nessa altura estava em paz comigo. Suponho que se fique sempre assim no pós-sofrimento e estávamos ambos aí.
Devagarinho resolvemos tanta coisa. Eu lambi as tuas feridas e tu as minhas. Tu secaste as minhas lágrimas e eu as tuas.
Disseste-me que comigo até o silêncio era bom, confortável. Pedias para dormir no meu colo e eu fazia-me de difícil, porque tinha uma reputação de má para manter, mas acabava sempre por ceder.
Adormecíamos e acordávamos juntos todos os dias. Tu tomavas conta de mim e eu de ti.
Até nas coisas más conseguiste ser doce e tentaste continuar a proteger-me como já tinhas feito durante tanto tempo. Foste persistente e aguentaste-me durante tanto tempo. Eu descontrolei-me, mas eras grande demais para eu poder viver contigo. Cresceste em mim sem a minha autorização e eu quis fazer-te sofrer por seres a minha memória mais doce. A cobardia, como sempre, apoderou-se de mim e quando o medo bateu forte tentei alterar o curso dos sentimentos. My mistake! Sometimes is very hard being stupid.
Agora arrependo-me disso e pago por isso e sofro por isso... Mas continuo a poder guardar-te como a minha memória mais doce.
Para o fim ficou a saudade e essa vai estar sempre aqui. Hei-de ter sempre saudades tuas. Foste tu que gostaste daquilo que eu sou e que estiveste do meu lado a tentar proteger-me das coisas más por tanto tempo. Foste tu que quiseste ficar comigo. Foste o mais lindo!
Por isso ainda trago este sabor na boca. Depois de ti as coisas nunca vão voltar a ser as mesmas. Nunca ninguém vai aguentar tanto como tu e nunca ninguém vai ter um n.º directo só para mim. Estávamos ligados. Já não estamos mais, até o dia em que voltarmos a estar...
“Apetece-me encontrar-te no caminho...” e deixar que voltes a lamber as minhas feridas, como antes.


Cara-de-sonsa listens to U2: One
“Did I disappoint you or leave a bad taste in your mouth?”


posted by Sofia Ctx | 11:03 da tarde





6h da manhã, a luz a entrar pela janela e pela porta, o relógio que não para, estômago contraído, grito sufocado na garganta, boca seca.
É sempre tudo igual. Tão bonito no inicio, tanta ferida no fim. Quero vomitar tudo, isto tudo. Quero vomitar esta memória para fora de mim. Não te quero deixar ficar aqui. Não vais brincar, não vou deixar.
Sal líquido, punhos fechados, rebolar na cama, cãimbras, morder o canto da boca, espera, minutos a passarem.
Está a doer. Acontece sempre tudo da mesma maneira. A merda repete-se sempre. São as pessoas que são sempre todas iguais ou são os meus erros que são sempre os mesmos?
Casa-de-banho, punhos cerrados no espelho, sangue, no feelings, sangue, lágrimas, uma memória para vomitar, a lembrança de uma cara e um sorriso.
Vai-te foder!


Cara-de-sonsa listens to Sheryl Crow: Be my man
“Are you strong enough to be my man?”


posted by Sofia Ctx | 11:02 da tarde






"Estás aí? Fazes-me companhia até eu adormecer? Ficas comigo?"
Silêncio!

Não gosto quando me usam como guarda-fatos para os sentimentos. O Nuno fazia isso comigo e nunca lhe vou perdoar isso. Ficam por uma estação, depois vão embora e depois decidem voltar. Não gosto quando não conseguem decidir se ficam ou se vão e depois acabam a brincar com os meus sentimentos, mas também só me fazem chorar á primeira vez porque á segunda já não vou estar por cá. Não perdoo as lágrimas que me fazem correr. Isso não perdoo, não têm perdão...

Já não confio. Acho que finalmente perdi a capacidade de confiar nas pessoas. Dou-lhes sempre margem de erro, mas quem não a souber aproveitar não a volta a ter. Não me posso dar ao luxo de continuar a ser usada como um brinquedo.

A mesa da sala está cheia de comprimidos. Oh que chatice! Logo eu que nunca gostei de comprimidos ou que nunca senti um desejo secreto de resolver tudo na cama depois de uma bela dose deles. Tenho tentado controlar-me, disfarçar o olhar de desejo com que olho sempre para eles. Um dia desisto de me tentar controlar e experimento-os logo todos. Talvez começe pelos anti-depressivos. Vou tomar em doses pequenas para eles não se colarem ao céu da boca. Depois não vou resolver tudo na cama, mas acabar tudo na cama.
Ómega!

É bom falar assim. Deixas-me sempre mais calma. Gosto de ti porque nunca tentaste nada, nunca quiseste nada. Não és como os outros. És a excepção! Partilhamos ideias, memórias, histórias, palavras, mágoas, dores, lágrimas... É bom assim. Gosto de ti assim.

"Primeiro estranha-se, depois entranha-se."

Continuo sem perceber como é que um dia tens tempo para mim e no dia a seguir já não tens tempo nenhum para mim. Mas também isso foi algo que nunca consegui perceber nas pessoas. As mudanças bruscas dos sentimentos. Isso para mim não faz sentido, nem ontem, nem hoje, nem nunca. Percebes?
Não funciona assim. Não faz sentido. Não percebo, nem me consigo habituar a nada disto. Não gosto! Dói-me!
Se me magoares não te vou perdoar...

Não vou esperar dez dias. Já estou cansada. Não quero brincar mais! Não sei lidar com as coisas quando elas mudam todos os dias e também acho que não quero aprender. Prefiro permanecer na monotonia do meu canto, na merda do costume. As coisasnão podem mudar assim todos os dias. Até porque eu não aguento. This is real life, not just another fucking game.

A minha cabeça está outra vez com as ideias desarrumadas. Não gosto nada quando isto acontece. É tão díficil arrumar tudo. Demora tanto tempo e depois acho que nunca consigo voltar a pôr as coisas nos sítios certos.

Esta noite não consegui dormir. De repente a solidão bateu forte e as insónias causadas pelos acontecimentos foderam-me o juízo e a merda do estômago. Fiquei na cama a ver a claridade entrar pela porta e pela janela e a rebolar-me na cama enquanto tentava engolir as merdas que me estão entaladas na garganta e que estão aqui a arranhar.
As pessoas são sempre iguais...

A desilusão é uma merda!

cara-de-sonsa listens to Katatonia: Tonight's decision - For my demons
"Could you ever sleep at night if you knew what I've been trough?"


posted by Sofia Ctx | 4:18 da tarde



quinta-feira, julho 18, 2002


"Já era noite. Apesar de ser Abril corria uma brisa gelada, teve de fechar a janela do quarto. Estava demasiado frio para dormir com a janela aberta como gostava.
Escolheu um c.d. para ouvir. Gostava de pensar ao som de música. Escolheu um c.d. com uma voz calma e um piano. Apagou a luz. Gostava da escuridão. Gostava de não ver as coisas. Entrou na cama, puxou o edredão, ajeitou-se na cama como se o seu corpo já lá estivesse moldado.
Naquele dia estava tão calma que os pensamentos nem lhe passavam pela cabeça ou talvez fosse só o efeito dos comprimidos que tinha tomado.
Por momentos lembrou-se da fotografia, queria ver a fotografia. Ficou nervosa, agitada. Como é que se podia ter esquecido da fotografia. Censurou-se a si mesma e respirou fundo. Acabou por sorrir. Não precisava da fotografia. Estava guardada na sua memória.
Voltou a respirar fundo e a achar o seu lugar na cama. Ao principio a cama pareceu-lhe muito fria e vazia, mas só teve de pensar. Depois chegou a companhia. Deixou de estar sozinha. Alguém passou a estar ali com ela, mesmo que fosse só na sua mente, mas ela não tinha que saber isso. Era como se ele estivesse ali. Como se tivesse voltado para a embalar num sono tranquilo.
Deitou a cabeça no ombro ausente e inspirou aquele cheiro tão familiar. Não disse nada. Não queria palavras. Estava farta das feridas que as palavras abrem. Esfregou o nariz naquele pescoço e beijou por baixo da orelha, afinal é o sitio preferido dele. Aconchegou o seu corpo naquele corpo que lhe transmitia calor e deixou-se ficar à espera que o sono chegasse."



cara-de-sonsa listens to Dead Can Dance: Persian Love Song


posted by Sofia Ctx | 5:42 da manhã



terça-feira, julho 16, 2002


Hoje acordei cedo. Desde as 9h da manhã que estou sentada em frente ao computador a fazer limpeza, queria apagar tudo o que me está a ocupar memória e não é só no computador. Queria apagar tudo para não sobrarem vestígios. Para poder fingir que foi só mais um sonho mau como todos estes das últimas noites.
Meses e meses de conversas, palavras, letras. Tudo há já tanto tempo ou tudo só ontem...
Foram todos vencidos pelo cansaço, venci-os a todos pelo cansaço, cansei-os e agora também eu tou cansada.
É pena que se tenha de aprender com os erros, é pena que eles não tenham solução, é pena que tenhamos de aprender a viver com eles, é pena que o tempo não apague nada. Se pudesse apagar tudo o que fiz nos últimos dois anos nem pensava sequer uma vez, apagava tudo. Preferia nunca ter tido nada a ter que sofrer com os meus erros.
Como é duro ser-se imbecil e não se nascer ensinado. Como é duro ter de aprender às custas dos nossos próprios erros. Como é duro ter cobardia a correr nas veias. Como é duro “sofrer” de boa memória e lembrar-me todos os dias das merdas que já passaram, que estão feitas e ainda ter de viver com elas fingindo que está tudo bem. Pois não está, não está nada bem.
As memórias não me deixam em paz. São umas putas que a cada oportunidade me fodem o juízo. É só eu começar a exalar este cheiro a saudade que parece que se agarra ao corpo e lá vêm elas para se aproveitarem da minha vulnerabilidade e sugarem toda a força deste corpo e levarem o resto de dignidade que ele ainda carrega consigo. As memórias são mesmo umas grandes putas que não perdem uma oportunidade de me foder o juízo.
Primeiro cansei-os e agora é a solidão dos meus actos que me cansa. Se o arrependimento matasse... Mas de que servia mais um suicídio nascido de um acto impulsivo e cobarde de tentativa de fuga quando a merda já tá feita? A morte nunca resolveu nada e também não há-de resolver agora. Desistir não é solução, mas um agravar dos actos dos quais nos arrependemos.
Como eu tanto dizia há alguns meses atrás: “As desculpas não se pedem, evitam-se.” Quando não se é capaz de as evitar então cometem-se os erros e tentamos aprender com eles. Mesmo quando as memórias não nos largam o juízo e nos fazem querer desistir a cada momento de saudade.
Suponho que seja isso que faz a diferença, aguentar a saudade, aprender a viver com as memórias e começar a evitar os erros que nascem carregados de arrependimento. Pode ser que um dia eu acabe mesmo por aprender tudo isso. Pode ser, pode ser...



Cara-de-sonsa listens to Rui Veloso: Praia das Lágrimas
“Oh mar salgado eu sou só mais uma das que aqui choram e te salgam a espuma...”



posted by Sofia Ctx | 11:50 da tarde



segunda-feira, julho 15, 2002


Sábado, 10h da manhã, hora e meia de sono, olheiras até ao queixo, algures no Alentejo depois de uma viagem de carro, algures num parque de estacionamento desses hipermercados foleiros de nome francês. Olhos no chão para evitar o sol, óculos de sol perdidos dentro do saco cheio de tralha, alguém a entregar folhetos a pedir ajuda, uma resposta rápida: “Não tenho dinheiro!”.
Um café, dentro do hipermercado, com mesas de plástico como aquelas das esplanadas, a mesa do canto ao pé da janela, 3 cadeiras, uma para cada uma de nós, encontro de gerações. Conversa de M. para M. enquanto a 3ª M. vai ao balcão fazer os pedidos, merda de café sem serviço de mesa, bolos cheios de creme, visão completamente nublada como nos sonhos das últimas noites, é estritamente necessário dormir...
Um café curto, um cheio, bolos, água.
- Estás mais bonita.
Em resposta recebe uma gargalhada incrédula.
- Sério, estás mais bonita. Tens alguma coisa para me contar? Estás apaixonada?
Outra gargalhada.
- Estás a gozar comigo? Eu nunca fui bonita como é que podia estar bonita?! E apaixonada? Eu? Que horror. Claro que não. E hoje então que me despachei em 10m, nem me lembro se lavei a cara.
Mais gargalhadas.
- Acho que estás a fugir a pergunta.
- Então não aches.
End of conversation.
Desde quando a paixão faz alguém ficar bonito? Weird people.
Se fosse uma história sobre “despaixão” eu teria acredito. “Despaixão”? Parece-me muito bem. Humm, acho que gosto disso.




Cara-de-sonsa listens to Clã: Depois do Amor
“ Da próxima vez que me rir já sabes, é porque o amor cedeu...”



posted by Sofia Ctx | 1:36 da manhã



sexta-feira, julho 12, 2002


“Apatia crónica”, será que o termo existe ou eu acabo de o inventar? Deve existir! Se o sinto então deve existir.
“Apatia crónica”: inércia, falta de energia, ataraxia, que dura há muito tempo...
Oh que merda! Até a mim já me deixo enjoada. O meu cheiro, a minha voz, a minha imagem, tudo o que sou já me começa a causar náuseas. Estou a ficar exausta. Que imbecilidade. Se continuo assim ainda chego ao Guiness. Vou bater o record de imbecilidade. Bem que eu queria tomar uns comprimidos quaisquer que resolvessem isto. Tudo o que é demais enjoa. Estou enjoada disto.
Talvez se eu... Talvez muita coisa. De que me serve continuar a falar quando o que preciso é de agir.
Bla, bla, bla... Já ía sendo altura de me decidir por começar a agir. Extraordinário, estou enjoada de só falar mas não consigo fazer mais que isso.
Cobarde de merda que eu havia de sair. Oh freakish me...
Se pelo menos eu pudesse ir ao médico e ele me receitasse uma merda qualquer que resolvesse isto ou até mesmo só algo que me deixasse com uma grande pedra. Qualquer coisa que me distraia de mim.
Any fuck will do but just make me forget about myself.


Cara-de-sonsa listens to Lamb: I cry
“One day I met a precious soul whose words would touch my heart. His poetry resounded so it thorn my soul a part. But when I tried my voice to speak emotion made my mind so weak. Time stood still for years and years...”


posted by Sofia Ctx | 2:34 da tarde



terça-feira, julho 09, 2002

So, I was just wondering how small can i be? How small am i?

Não consigo perceber ainda. De um lado alguém que não me conhece e que diz que somos parecidos, talvez mesmo gemeos separados a nascença do outro lado alguém que ouviu quase tudo e que ainda tem de me perguntar detalhadamente porque nunca se sabe...
Que merda mais estranha! Que gente mais estranha!
As ideias nunca fazem sentido em duas cabeças? I still wonder...

Uma frase! Só uma frase pequenina, mas que as vezes não sai da cabeça.
"Hela seems to be the one for you."
But does this worry me? Does this make sense to me? Am I in pain because of it?
FUCK no! Aí é que está o que me confunde. A merda da poeira assentou, estou calma, não penso nisso, não me preocupo com isso, não quero saber disso, não tenho nada a ver com isso... Passou! Acabou! Over and Out!
No entanto o que nunca consegui perceber ainda me consegue foder o juízo e bem fodido. As vezes o passado continua a ser o presente. A cabeça é sempre a mesma e once there, always there. Sim, talvez num sítio diferente, arrumado de maneira diferente, mas sempre lá... A memória consegue ser fodida. Controla-nos o sistema.

Fiz uma experiência com o tlm. Liguei para o Nº que era só meu. Que foi arranjado só para mim.
"O Nº para o qual ligou está desligado."
Claro que está desligado, parece-me óbvio. Mas eu não devia ter ouvido isto. Ao ouvir isto percebi que o meu Nº voltou a ter dono e já não é o meu Nº. What was once mine no longer is e chateia-me isso, chateia-me que as pessoas continuem a dar que com o tempo acabam por tirar e não se pode tirar o que se dá ou melhor, não se deve, não se devia...

Why do I still think? Why do I still try to understand?

Desistir? Dar-me por vencida?
Não, não faz sentido nenhum. Como é que desisto de algo que nunca ganhei? Como é que perco uma prova onde não participei? Tão porque é que ainda penso nisso?

Fui atingida! Provavelmente um golpe mortal. É mesmo um golpe mortal. Só me resta esperar e ficar por aqui a esvair-me em sangue à espera que chegue. Que chegue o que tiver que chegar. Também já não me consigo mexer, não vou conseguir sair daqui. É-me indiferente o que vai ou não chegar ou até mesmo se vai chegar. O mais provável é que eu acabo por adormecer mesmo sabendo que na cama não se resolve nada. Também não faz mal, it has become to late to try and solve things. It is all over now. Não existe uma solução possivel. Então? Então acaba tudo aqui.


cara-de-sonsa listens to Jeff Buckley: Calling you
"I'm calling you..."


posted by Sofia Ctx | 2:57 da manhã



quinta-feira, julho 04, 2002

“Parabéns atrasados” dizia ele hoje já depois das 2h da manhã.
“Parabéns atrasados”, até parece que é assim fácil, que continua assim fácil.
Preferia que nunca tivesses dito nada. Preferia que nunca te tivesses lembrado de mim. Preferia que não tivesses aproveitado o facto de eu ter aberto um bocadinho da porta para poderes voltar a espreitar. Preferia quando eu quase tinha a certeza que já estava morta para ti, isto foi demais.
Qualquer palavra que possa vir de ti é sempre demais. Ainda não consegui recuperar as forças todas. Talvez nem nunca as recupere, mas prefiro enganar-me a mim mesma acreditando que um dia hei-de conseguir. Mas por favor, não voltes a falar.
Chegou a hora de morrer tudo o que talvez um dia tenha existido entre nós. Talvez porque já nem sei se as coisas não terão existido só na minha cabeça.
Vamos matar também as palavras.
Não voltes a falar, nem a respirar, nem a fazer nada que me possa fazer pensar que ainda estás vivo. NADA! Não te mexas mais. Fica aí quieto no teu canto até eu pensar que só fazes parte da paisagem.
Agora deixa-me recuperar o fôlego...



Cara-de-sonsa listens to Tori Amos: Enjoy the silence
“Words like violence, break the silence. Come crashing in, into my little world. Painful to me, pierce right trough me. Can’t you understand(...) Words are meaningless and unforgettable."


posted by Sofia Ctx | 6:24 da tarde






Tá a crescer. Tá a crescer uma dor que eu não sei explicar, não sei dar um nome. É como se eu me tivesse a afundar e nem sequer consigo reagir. Não há o minimo esboço de reacção. Sinto o pânico a crescer, a subir, a nascer no estomâgo.
Não sei que merda é esta que se cola a mim como uma carraça, pior que uma carraça...
Queria fugir, mas não tenho vontade de fugir. E de repente lá está outra vez a letargia de merda tudo por causa de algo desconhecido que me consome.
Merda para esta vida de merda!


cara-de-sonsa listens to Jeff Buckley: Faith Salons
"Some call it suicide, some call it survival."


posted by Sofia Ctx | 12:34 da manhã



quarta-feira, julho 03, 2002


Je suis très fatiguée. Tou cansada de viver numa "casa de malucos". Família paranóica que me havia de calhar a mim. Todos os dias a ouvir as mesmas coisas, todos os dias a assistir ás mesmas coisas. Já começo a ficar cansada, muito cansada.
Estou mas é farta, cada dia mais... Começo a ficar com vontade de espancar brutalmente a minha própria família. Se pelo menos eles pudessem ficar calados. Só precisava de um bocadinho de paz, paz e silêncio.
Que ambiente familiar mais freakish. Um dia descontrolo-me e faço a casa ir pelos ares. Pelo menos acaba logo tudo.
I just want a little peace in life...


cara-de-sonsa listens to Fiona Apple: I'll know
"And if it gets too late, for me to wait for you to find you love me, and tell me so
It’s ok, don’t need to say it."


posted by Sofia Ctx | 10:36 da tarde



segunda-feira, julho 01, 2002




21


posted by Sofia Ctx | 11:02 da tarde






I'll know, Fiona Apple

So be it, I’m your crowbar
If that’s what I am so far
Until you get out of this mess
And I will pretend
That I don’t know of your sins
Until you are ready to confess
But all the time, all the time
I’ll know, I’ll know
And you can use my skin
To bury secrets in
And I will settle you down
And at my own suggestion,
I will ask no questions
While I do my thing in the background
But all the time, all the time
I’ll know, I’ll know
Baby-I can’t help you out, while she’s still around
So for the time being, I’m being patient
And amidst this bitterness
If you’ll just consider this-even if it don’t make sense
All the time-give it time
And when the crowd becomes your burden
And you’ve early closed your curtains,
I’ll wait by the backstage door
While you try to find the lines to speak your mind
And pry it open, hoping for an encore
And if it gets too late, for me to wait
For you to find you love me, and tell me so
It’s ok, don’t need to say it.


cara-de-sonsa listens to Fiona Apple: I'll know



posted by Sofia Ctx | 7:19 da tarde