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quarta-feira, julho 31, 2002
Voltei a pegar no cavaquinho, só porque me apetecia estar com ele, tê-lo nas mãos. Tá todo desafinado, com pó, já nem me lembro bem dos acordes das músicas. Uma tristeza. Apetece-me voltar a tocar até á exaustão, ficar com dores nos pulsos, com os dedos encarnados e com a pele a cair, mas perdi o ritmo e tenho de ler tudo nas pautas. Estou tão lenta.
Já tinha saudades do cheiro do meu cavaquinho e de roer a minha palheta JD as in Jim Dunlop. Ainda me lembro de quando a Johny me deu a minha primeira palheta e me disse que a guardasse com cuidado. Foi a minha primeira aula teórica sobre música e cavaquinhos. Tenho saudades desses dias de Inverno em que eu ficava até mais tarde na faculdade só para aprender acordes e ritmos. Ficava na faculdade até as 20h na nossa “despensa”... Eu e a Johny fechadas na sala com os cavaquinhos e as histórias antigas que ela me contava e cá fora a Mariana e o Fred com as violas e o Fred a brilhar. O homem é mesmo genial com a viola nas mãos. “Those were the days...”
Ainda me lembro de quando rebentei com uma corda pela primeira vez. Foi um Sol e depois tive de ser eu a pôr a corda sozinha. Fiquei com a corda espetada no dedo. Agora que me lembro dá-me vontade de rir, mas na altura doeu. Depois no dia seguinte no intervalo da aula de literários da Vitalina encontrei a Pessoal e contei-lhe logo a minha grande peripécia. Obviamente, orgulhosa de ter conseguido resolver sozinha os percalços do meu instrumento.
- Não imaginas o que me aconteceu ontem. Destrui o cavaquinho.
- Então? O que foi que aconteceu?
- Rebentei com uma corda.
- Só isso? És mesmo exagerada, Milénio. Não te preocupes. Eu também tou farta de rebentar Mi’s do bandolim. Não tem mal nenhum.
Depois no ensaio dessa tarde ainda tivemos direito a umas gargalhadas ás minhas custas.
Tenho mesmo saudades dos ensaios. Daqueles ensaios em que nem conseguimos fazer um aquecimento de voz decente porque estamos a rir ou quando não resistimos a gozar com alguma figura que apareça pelo Bar Novo ou quando alguém se lembra de inventar novas coreografias para fazer com a pandeireta ou quando aparecemos muitas e ficamos apertadinhas na despensa e não se pode tocar instrumentos porque não há espaço ou quando sou ameaçada de morte porque peço para cantarmos “No Olhar” ou quando desafinamos tanto que cada naipe tem de puxar a brasa á sua sardinha...
Há uns meses atrás quase que sai, desisti, desapareci, mas eu era incapaz de sair. “Primeiro estranha-se, depois entranha-se” Não consigo viver sem aquilo.
Adoro quando temos de andar todas trajadas e todas se queixam dos sapatos e das collants que se estão sempre a romper. Adoro quando jantamos todas juntas, os improvisos quando subimos a palco, as histórias, os ensaios, as piadas, as alcunhas que nos tornam seres anónimos no mundo civil, os pensos nos pés, os bolsos do traje cheios porque temos de estar sempre bem trajadas, os bens que adquirimos em cada novo restaurante e que vão mobilando a nossa sala, quando acabamos de jantar e ficamos á volta da mesa a cantar, as viagens, as mudanças de roupa em casas de banho pouco limpas, a união, a amizade, a simplicidade, a lealdade, a confiança. Adoro aquilo que nos une, o nosso amor comum, a única, a T-Única!
Tenho saudades daquilo. O que eu gosto mesmo na minha Flul é aquilo.
What can I say? Once tunante, always tunante...
cara-de-sonsa listens to Clã: Novas Babilónias
posted by Sofia Ctx | 2:43 da tarde
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