cara-de-sonsa
"You can use my skin to bury secrets in..."
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quinta-feira, julho 18, 2002


"Já era noite. Apesar de ser Abril corria uma brisa gelada, teve de fechar a janela do quarto. Estava demasiado frio para dormir com a janela aberta como gostava.
Escolheu um c.d. para ouvir. Gostava de pensar ao som de música. Escolheu um c.d. com uma voz calma e um piano. Apagou a luz. Gostava da escuridão. Gostava de não ver as coisas. Entrou na cama, puxou o edredão, ajeitou-se na cama como se o seu corpo já lá estivesse moldado.
Naquele dia estava tão calma que os pensamentos nem lhe passavam pela cabeça ou talvez fosse só o efeito dos comprimidos que tinha tomado.
Por momentos lembrou-se da fotografia, queria ver a fotografia. Ficou nervosa, agitada. Como é que se podia ter esquecido da fotografia. Censurou-se a si mesma e respirou fundo. Acabou por sorrir. Não precisava da fotografia. Estava guardada na sua memória.
Voltou a respirar fundo e a achar o seu lugar na cama. Ao principio a cama pareceu-lhe muito fria e vazia, mas só teve de pensar. Depois chegou a companhia. Deixou de estar sozinha. Alguém passou a estar ali com ela, mesmo que fosse só na sua mente, mas ela não tinha que saber isso. Era como se ele estivesse ali. Como se tivesse voltado para a embalar num sono tranquilo.
Deitou a cabeça no ombro ausente e inspirou aquele cheiro tão familiar. Não disse nada. Não queria palavras. Estava farta das feridas que as palavras abrem. Esfregou o nariz naquele pescoço e beijou por baixo da orelha, afinal é o sitio preferido dele. Aconchegou o seu corpo naquele corpo que lhe transmitia calor e deixou-se ficar à espera que o sono chegasse."



cara-de-sonsa listens to Dead Can Dance: Persian Love Song


posted by Sofia Ctx | 5:42 da manhã

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