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terça-feira, setembro 23, 2003
Era uma casa pequenina, assim como as casas de bonecas. Era cor-de-rosa e por dentro tinha nas paredes restos de papel de parede as flores, desenhos de criança e fotografias desbotadas. Na casa de "bonecas" vivia um casal sem nome, ninguem sabia o nome deles.
Ele tocava viola a noite nos bares e ela acompanhava-o com a voz. Durante o dia nao se viam sinais de vida na casa. Ela aparecia sempre a janela ao pôr-do-sol para se sentar na rede, mas a unica coisa que ficava a vista eram os seus pes e as suas pernas com desenhos a preto e branco feitos na pele.
Ela tinha uns olhos escuros, grandes e tristes de criança que dorme mal a noite porque anda a sonhar com o brinquedo que viu na montra de uma loja. Ele tinha maos de onde podiam nascer sonhos, mas com os calos de quem sempre tinha tido que trabalhar porque desde cedo tinha aprendido que sonhos nao enchem a barriga.
Saiam a noite e caminhavam sempre lado a lado, mas quando quando voltavam era sempre diferente. Voltavam de maos dadas antes do sol nascer e com os corpos saciados encostados um no outro. Ela trazia sempre a cabeça deitada no ombro dele e quando chegavam a porta ele carregava-a nos braços e a viola as costas. Deitava-a depois no colchao que estava no chao e tapava-a e tocava-lhe uma cançao de embalar. O gato aparecia sempre com ar ensonado e a ronronar e aconchegava-se aos pes da cama para ouvir a cançao de embalar.
Trazia sempre os bolsos cheios de guardanapos de papel com notas desenhadas a tinta permanente. Depois em casa guardava as notas numa caixinha como se fossem tesouros que so olhos privilegiados poderiam ver.
Depois deitava-se no colchao abraçado a ela e os seus corpos completavam-se formando um so, como duas peças de um mesmo puzzle. Entao adormecia com a musica do seu respirar e do ronronar do gato e dormiam os dois com a cara rosada e sonhavam como crianças sem lembrar nada do dia anterior.
cara-de-sonsa listens to Jane Monheit: A case of you
posted by Sofia Ctx | 6:30 da tarde
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