cara-de-sonsa
"You can use my skin to bury secrets in..."
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domingo, dezembro 29, 2002

Hoje foi um daqueles dias. Estou chateada e pronto. Não quero saber porquê. Não quero pensar nisso. Até porque se perder algum tempo a pensar nisso vou chegar a alguma conclusão que não me traz nada de novo.
Gastei o dia entre a cama e o sofá. Umas horas na cama a ouvir as músicas mais down de cada C.D., depois mais algum tempo com o Vergílio Ferreira, uns sonhos com as palavras apaixonadas nos poemas do Pablo Neruda e o cavaquinho nas mãos. É sempre bom voltar a sentir as dores nos pulsos e sentir as cordas a cortarem os dedos...
Ontem a Telma disse-me que tinha ouvido a Jonhy dizer que eu tenho muito potencial com o cavaquinho, mas também tinha ouvido a Anadim dizer o mesmo em relação ao timbalão. Bla, bla, bla. Todas para o caralho. Que desperdício de tempo. O único instrumento que quero tocar é a minha voz. É o meu preferido.
Só toco os outros porque às vezes preciso de expulsar o ritmo pelas mãos, pelos dedos. Só toco os outros instrumentos quando preciso de expulsar a energia acumulada. Só o faço para impedir que o vulcão entre em erupção.
Eu sei que sei tocar cavaquinho e timbalão. Tenho os ritmos sempre a baterem-me na cabeça. Eu toco de olhos fechados porque me saí tudo naturalmente pelos dedos. Eu consigo fazer aquilo. Eu sei que consigo fazer aquilo. Se reclamo sempre e me faço dificil é porque gosto de usar a minha voz. Gosto de abusar dela. Por isso é que tenho passado esta semana freaking out Há uma semana que estou assim, sem voz. Uma semana calada. Uma semana sem poder falar, mas o que me incomoda mais é não poder cantar. É não poder passar os dias fechada no quarto a cantar as músicas todas dos C.D.'s e da rádio, é não poder gritar histérica e expulsar através de música tudo o que está entalado. Ando a acumular energia demais. Não aguento muito mais...
A merda da tarde passei-a enterrada no sofá da sala a ver filmes bera sem argumento e a afogar às mágoas em chocolates que é para depois ter uma ressaca bem dolorosa e assim também fodoo filho da puta do estomago que já está a pedir para ser enterrado há dois anos, mas ele que se foda porque ainda vai ter de me aturar por muitos anos.
Então aqui estou eu a gozar ao máximo este domingo de merda. Já estou a arrotar chocolate há duas horas. Devo estar completamente oleosa, gordurosa e a cheirar a sovaco dentro deste pijama merdoso. Caralho para mim! Puta de merda!
Isto tudo por causa de uma discussão, há dois dias atrás, que nem durou mais de dois minutos. Isto tudo porque me fode o juizo estar chateada contigo. Isto tudo porque gosto de ti e a tua ausência me incomoda.
Merda para mim que até já ando a ter pesadelos com isto tudo. Nem a Calcanhotto me acalma a alma, nem o Pablo Neruda. Nem tudo o que consigo expulsar através dos dedos me acalma...
Já desliguei o telemóvel. Não estou em contacto com ninguém. Escondi-me! Que se foda o mundo exterior. Que se foda tudo o que não faz parte do meu espaço e de mim. Agora aqui sou só eu. Só eu e as peças que completam o puzzle na minha cabeça.
AAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! Caralho para mim, descontrolada de merda! Vou lamber a tinta dos dedos e afogar as mágoas, fumar mais um cigarro para ver se fodo o resto da garganta e do pulmão esquerdo e depois vou cair podre na cama para acordar passadas três horas que é para eu poder passar a merda da segunda-feira apática, sem reacção.
Que se foda o 2002. Também já não dura muito mais.





cara-de-sonsa listens to Adriana Calcanhotto: Jornal de Serviço (Leitura em diagonal das páginas amarelas), Carlos Drummond de Andrade


posted by Sofia Ctx | 10:05 da tarde

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